A RESPONSABILIDADE DE QUEM LEVA O ESTANDARTE

Um dos nomes de Deus com os quais estamos familiarizados é
Javé Nissi, que pode ser traduzido por Javé é meu
estandarte, ou minha bandeira. Quem declarou este
nome foi Moisés ao final de uma situação bem inusitada. A
narrativa encontra-se em Êxodo 17.8-15.
Os amalequitas investiram contra o povo de
Israel em Refidim, que era a última parada antes de chegarem ao
Sinai. Havia algumas semanas desde a saída dos israelitas do
Egito e a travessia do Mar Vermelho. Lembre-se de que contra os
egípcios nenhum filho de Israel precisou lutar. Porém, os
amalequitas eram especialistas em investidas traiçoeiras naquele
ambiente, o deserto.
O povo amalequita era descendente de Esaú (cf.
Gn 36.12) e era nômade, vivendo espalhados numa vasta área na
região do Neguebe, inclusive no Sinai. Usavam a estratégia de
surpreender os adversários, atacando de surpresa e pelos
flancos. Em Deuteronômio 25.18, temos o seguinte registro acerca
deles: Quando vocês estavam cansados e exaustos, eles se
encontraram com vocês no caminho e eliminaram todos os que
ficaram para trás; não tiveram temor de Deus.
Exatamente assim agem as hostes espirituais da
maldade que investem contra a Igreja que segue na rota da
conquista das Promessas. O Principado de Amaleque aproveita-se
de nossas crises e fraquezas e investe vorazmente. Note que o
ataque a Israel foi precedido por uma terrível crise – a crise
de Massá e Meribá (Ex 17.7). Massá significa “provação” e
meribá, “rebelião”. Amaleque investiu contra Israel exatamente
quando este se perguntou: Está o Senhor, verdadeiramente,
entre nós?
Cabe a você, líder, precaver-se e vigiar seu
próprio coração a fim de não possibilitar o ambiente favorável
aos amalequitas. Não esqueça de fazer sempre a oração de quem
quer ser uma bênção (Sl 141.3,4: Coloca, Senhor, uma
guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. Não permita
que o meu coração se volte para o mal...).
O ESTANDARTE ERGUIDO. Em Êxodo 17
temos o relato de que enquanto Josué e os soldados foram
enfrentar os amalequitas, Moisés subiu uma colina acompanhado
por Arão e Hur. Do alto, enquanto mantinha suas mãos estendidas,
Israel prevalecia. Porém, bastava que as mãos de Moisés se
cansassem para que os amalequistas prevalecessem. Arão e Hur
agiram e providenciaram uma pedra sobre a qual Moisés se
assentou e cada um deles ficou responsável por sustentar os
braços de Moisés. Somente dessa maneira Amaleque foi subjugado.
Foi então que Moisés declarou que o Estandarte de Israel era
Javé (Ex 17.15).
Um estandarte não é um tapete, nem uma toalha. É
um símbolo de poder e autoridade, de cobertura e respaldo. Ele
precisa permanecer suspenso, a vista de todos. Sua queda
simboliza derrota. Daí a responsabilidade de quem suporta o
estandarte (o porta-estandarte). No caso da Igreja, nós, a
liderança, somos os responsáveis, os porta-estandartes.
MÃOS FIRMES, JOELHOS FORTES. O
rebanho de Deus pode contar com a cobertura espiritual e a
proteção dEle. Porém, cabe à liderança espiritual velar
pelo rebanho (cf. Hb 13.17). Há dois textos nas Escrituras que
nos chamam à responsabilidade de fortalecermos nossas mãos e
nossos joelhos. O primeiro deles é Isaías 35.3,4:
Fortaleçam as mãos cansadas, firmem os joelhos vacilantes; digam
aos desanimados de coração: Sejam fortes! Não temam! A
continuação deste texto descreve a caminhada dos Remidos
em direção às Portas de Jerusalém. Tal palavra tem tudo a
ver conosco – temos a responsabilidade de conduzir os remidos do
Senhor, os discípulos, às portas da Jerusalém celestial.
A quem tem o privilégio de carregar o
Estandarte, a palavra é: fortaleça as mãos! Firme os joelhos!
Seja forte! Não tema! Quem sabe você, líder, possa gravar esta
palavra e depois ouvi-la muitas vezes, tantas quantas for
necessário. O Estandarte precisa permanecer sobre o Povo!
O outro texto onde somos chamados a esta
responsabilidade é Hebreus 12.12. Tinha que ser doze, doze! Você
é doze, líder de outros doze! É para você que o Senhor reafirma
esta palavra: Portanto, fortaleçam as mãos enfraquecidas e
os joelhos vacilantes. Estudando todo o texto de Hebreus
12, veremos que ele tem tudo a ver com nosso papel de discípulos
e discipuladores.
DISCIPLINA E AUTORIDADE. Por que
eram as mãos de Moisés que precisavam estar estendidas? Porque
ele tinha autoridade e legalidade. E os tinha porque estava sob
a disciplina de Javé. O Estandarte se estende sobre o povo que
aceita a disciplina, os princípios e a autoridade de Javé. Foi a
rebelião, a murmuração e a infidelidade de Massá e Meribá que
propiciaram brechas para o ataque dos amalequitas.
Somos responsáveis por transmitir ao Povo de
Deus Seus princípios para a vida. Ao receberem de seus líderes
conhecimento e princípios de Deus, os discípulos estarão
salvaguardados, protegidos.
ARÃO, HUR E JOSUÉ. Além de Moisés,
estes três personagens têm destaque na narrativa de Êxodo 17.
Josué era quem liderava os guerreiros de Israel no embate contra
os amalequitas. Arão e Hur acompanhavam Moisés no alto da
colina. Tiveram a sensibilidade e ação necessária para dar
conforto e sustento para o líder. Por favor, irmão, inspire-se
nestes personagens.
Fique atento aos braços e aos joelhos do seu
conservo e do seu discipulador. Talvez, assim como Moisés, ele
precise ser sustentado, para bênção de todo o Povo.
Na unção da colheita abundante,
Seu pastor.
|